Castro Alves
A DUAS FLORES
São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.
Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
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Um comentário:
Uma coisa puxa outra. Estava fazendo palavras cruzadas quando uma delas perguntava "vermelhidão ao nascer ou ao por do sol". A resposta- "arrebol". Me lembrei que há mais ou menos 50 anos atrás, a gente recitava poesias nas escolas. E "Duas Flores", nem me lembrava que era do Castro Alves, nunca saiu de minha memória, apesar de não me lembrar dela inteira. Fui buscar na internet e .....heis que a encontro.....resgatando momentos inesquecíveis da infância.....
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