MADAME KUSHIMIZO đŻđ”
"Lamento de Porcelana"
Na bruma azul do pincel que a moldou,
surge a gueixa de olhar silente,
feito flor que ao vento se calou
nos jardins de um JapĂŁo transcendente.
Seu rosto, alvura de lua esquecida,
reflete a dor que nĂŁo se diz —
eco de uma alma adormecida
sob as sombras do Monte Fuji feliz.
As cerejeiras, em flor, choram seu canto,
folhas dançam no ar feito véu,
lembrando tempos de riso e encanto
sob o céu de um pagode fiel.
Por entre pedras, lagos e grama,
desliza sua dor em silĂȘncio ritual,
como lĂąmina de um velho katana
de um samurai em duelo final.
SĂŁo dois milĂȘnios que sussurram ao vento
poemas de honra, beleza e razĂŁo —
mas ela, sĂł, no tempo cinzento,
guarda no peito uma imensa estação.
Seus cabelos sĂŁo noite entre flores,
suas vestes, rubra tradição,
e em cada traço repousam amores
da eterna NipĂŽnica na imensidĂŁo.
Oh, gueixa de porcelana e dor,
teu silĂȘncio nos fala em japonĂȘs:
que a beleza é feita também de torpor,
e o passado Ă© um templo que nĂŁo se desfez.
Poema feito pela inteligĂȘncia artificial.